domingo, agosto 05, 2007
Drogas Ilícitas – Como usá-las com menos prejuízos é a melhor saída?
Jorgiana Aldren L. de Santana.
Na disciplina Polêmicas Contemporâneas, EDC 321 da Faculdade de Educação (FACED), oferecida pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) há a cada encontro um dado assunto que percute na discussão geral da turma acerca dos conteúdos que o circundam.
No dia 10 de abril de 2007, especificamente, nós tivemos uma discussão sobre a Regulamentação do uso de Drogas Ilícitas.
Em meio a discussão, o convidado pela equipe promotora se pronunciou de maneira favorável à legalização das drogas, desde que seja ensinado como manuseá-la de forma a causar "menos danos". Mas até onde a sociedade está preparada para absorver esta nova realidade?
A verdade é que segundo o mesmo convidado, os ambientes estudados por ele para desenvolver a sua tese, foram ambientes elitizados onde a grande maioria dos seus frequentadores são pessoas de classe média à alta, e muito raramente eram visto negros (fazendo alusão a camada com menos prestígio social e desprovida de posses).
Tendo em vista que a maioria dos consumidores das regiões periféricas e suburbanas do Brasil são pobres e negros, esta realidade trazida pelo professor está muito além da real condição da grande parte da população brasileira, e consequentemente, longe de ser uma solução para esta proposta do debate.
O argumento utilizado pelo professor é de que os usuários não são abertos à campanha de não utilização das drogas, e sendo assim é melhor instruí-los do risco que irão correr, e de como poderão evitar maiores danos, como a overdose, por exemplo.
Ele relata que em ambientes como boates e bares, onde há músicas eletrônicas, principalmente, alguns dos jovens e frequentadores utilizam drogas como LSD, êxtase, além de maconha, craque e cocaína, entre outros. Neste caso a questão do uso contraceptivo seria inviável porque os que já são usuários ou dependentes não pensam em deixar de utilizar, logo, se ensinar como manusear serão despertados neles o cuidado de utilizar com moderação.
Contudo, esta realidade apresentada dista da maioria dos usuários de drogas ilícitas da classe popular porque a grande parte destes usuários é de nível social menos favorecido, sem estrutura social ou familiar, em condições financeiras desprestigiadas e (ou) marcados por desafetos. Estes usuários ou dependentes são induzidos por traficantes ou colegas, e, alimentados pelo vício, dificilmente conseguem se livrar.
O professor ainda afirmou que é uma ilusão tentar deixar de utilizar já que o indivíduo dependente possui o organismo acostumado e não consegue se readaptar com outra circunstância, mas a questão é: “Quem sustenta o vício dos menos favorecidos?”, e, já que não há possibilidade de se readaptar, “porque existem pessoas que conseguiram se livrar deste vício?”.
Ele também mencionou que o tratamento dos dependentes quimicamente é especificado, e, portanto, não tem condições se misturá-los com indivíduos que sofrem de outras disfunções. Sendo assim, quem pagará o tratamento dos dependentes carentes, já que muitos deles para sustentar o vício vendem o que tem, desde equipamentos domésticos a bens alheios?
Da medida apresentada por ele, foram trazidos cartazes onde havia algumas explicações como: “Ao invés de usar um comprimido inteiro da droga êxtase, que se utilize primeiro a metade para ver como o organismo irá reagir”. A medida é aparentemente favorável, mas é favorável para quem mesmo?! Para a elite que tem como sustentar o seu vício ou para os pobres que não têm autodomínio e nem meios para manter o seu vício? Porque a elite reclama da marginalização que está grande, então será desta forma que diminuirá a violência e o tráfico exacerbado de drogas?
Alguém terá que responder por todo o caos provocado na sociedade, e mais uma vez quem responderá? Os pobres, “negros drogados” ou os “ricos brancos viciados”?
É, penso que, mais uma vez, os da classe média à alta não irão ser detidos porque eles têm dinheiro e têm como recorrer com propina, sendo assim, resta o pobre. Quem o assistirá? Só Deus!
Se a sociedade não tem estrutura para atender às reais necessidades da população e da educação da forma que está, não será abrindo para maneiras “apaziguadoras do consumo de drogas” que fará com que a sociedade se comporte de maneira mais honesta e coerente.
No Response to " "
Postar um comentário