sexta-feira, setembro 11, 2009
Violência Urbana Uma Doença Social
O quadro de violência é aterrorizante, as mortes atingem principalmente grupos desfavorecidos: jovens do sexo masculino (especialmente na faixa de 15 a 24 anos), na maioria pobres, quase sempre negros e moradores de periferias ou favelas dos grandes centros urbanos. O crescimento da violência vem mudando o modo de vida da população das grandes cidades, está cada vez mais difícil conviver com a realidade urbana, medo e insegurança são companheiros inseparáveis da população. Mas o que fazer para deter esse problema? Essa pergunta é feita todos os dias por milhares de brasileiros vítimas ou prováveis vítimas da violência, questão a meu ver difícil de ser respondida. O combate à violência perpassa por questões ligadas ao desenvolvimento de políticas públicas que viabilizem primeiramente, a redução das desigualdades sociais e a promoção do acesso aos direitos humanos, que vem sendo negado a grande parte da população. Medidas paliativas ou superficiais certamente não alcançarão resultados positivos diante desse grave problema.
Enxergar a violência como um problema social, nos permite perceber que ela não nasce pelo simples desejo de matar, roubar ou violentar o outro, e sim pela reação as injustiças imposta pelo sistema social excludente. Essa visão não tem o objetivo de justificar os atos de violência cometidos, mas sim de nos levar a uma reflexão, mas profunda sobre as suas causas.
Podemos afirmar que a violência é hoje um dos maiores problemas sociais que o país vem enfrentado. É notório o fracasso do Estado na tentativa de prover a segurança da sociedade. Um dos erros mais grave, é a não compreensão de que para deter a violência não é necessário munir cada vez mais a polícia ou aumentar o número de presídios, e sim de promover ações que minimizem as desigualdades, buscando oferecer melhores condições de vida e viabilizando o acesso dos cidadãos aos direitos básicos que lhe vem sendo negado.
É nesse contexto que entendo a violência, enquanto ausência e desrespeito aos direitos do outro. Precisamos compreender as raízes desse problema, para lutarmos contra ele, essa luta é indiscutivelmente difícil, pois, envolve mexer na estrutura do sistema capitalista. Para reduzir as desigualdades, é preciso reduzir as bases que sustentam esse sistema, ou seja, diminuir a exclusão e segregação imposta. Acredito que somente dessa forma conseguiremos reduzir o aumento da violência e vislumbramos uma sociedade, mas justa e harmônica. É chegada a hora de intensificar a luta contra a violência, não podemos mais aceitar esse quadro de insegurança e injustiça social, portanto, refletir e compreender esse problema é um bom começo para restabelecer o mínimo de segurança, para o convívio social.
1 Response to "Violência Urbana Uma Doença Social"
Hoje, 08 de Março de 2010, segundo dia de aula de Polêmicas Contemporâneas - a data que decidimos a programação dessa disciplina da turma 2010.1.
Peço licença aos meus colegas, professor e apoios, para contar o que me ocorreu logo depois que sai da sala de aula. Inicialmente, sai com a sensação de impotência diante da escolha do tema "Ensino da Literatura na Educação" ao invés do tema violência (ou prisão) - em que colocaram esses dois temas em um saco só para dar espaço para uma minoria que insistentemente lutou pela importância da literatura no Brasil. Desculpem-me mais uma vez! Sei do valor literário para o nosso país... Mas sinceramente, sai da UFBA dirigindo quando quase atropelei o corpo de uma jovem, que estava no chão, no meio da pista. Caída, morta, como um bicho! Para desviar quase causei outro acidente! A sensação que eu tinha era de que mais um "Zé Ninguém" havia morrido! Nenhuma ajuda, nenhuma luz, nenhuma atenção da sociedade... Foi quando percebi que até em uma sala em que temas contemporâneos, cotidianos são discutidos a violência é reduzida em nome da leitura. Afinal, discutir contos de fadas cai melhor do que ver a realidade que se esconde (ou se mostra!) aí fora...
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