domingo, agosto 05, 2007
EDUCAÇÃO ESPECIAL
CARLA LEMOS ANDRADE OLIVEIRA
A Educação Especial representa a Modalidade de Educação que perpassa transversalmente no sistema educacional, oferecendo um conjunto de serviços e recursos especializados para complementar e ou suplementar o processo educacional dos alunos com necessidades educacionais especiais, forma não substitutiva articulada e intercessiva com os diferentes níveis, etapas e modalidades de educação.
O conceito de educação inclusiva ganhou maior notoriedade a partir de 1994, com a Declaração de Salamanca. No que respeita às escolas, a ideia é de que as crianças com necessidades educativas especiais sejam incluídas em escolas de ensino regular e para isto as todo o sistema regular de ensino precisa ser revisto, de modo a atender as demandas individuais de todos os estudantes. O objectivo da inclusão demonstra uma evolução da cultura ocidental, defendendo que nenhuma criança deve ser separada das outras por apresentar alguma diferença ou necessidade especial. Do ponto de vista pedagógico esta integração assume a vantagem de existir interacção entre crianças, procurando um desenvolvimento conjunto. No entanto, por vezes surge uma imensa dificuldade por parte das escolas em conseguirem integrar as crianças com necessidades especiais devido à necessidade de criar as condições adequadas.
Educação Inclusiva significa provisão de oportunidades eqüitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas, para que eles recebam serviços educacionais eficazes, com os necessários serviços suplementares de auxílios e apoios, em classes adequadas à idade em escolas da vizinhança. A fim de prepará-los para uma vida produtiva como membros plenos da sociedade.
A deficiência é uma condição imposta pelo contexto social sobre as pessoas. Por isso, a sociedade precisa eliminar suas barreiras físicas, programáticas e atitudinais a fim de que as pessoas com deficiência possam ter acesso a serviços e bens necessários ao seu desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional. A sociedade precisa adequar-se às necessidades de seus membros.
Todas as crianças, independentemente dos problemas ou deficiências que possuam freqüentarem as escolas da sua área, as mesmas escolas para onde iriam se não tivessem qualquer problema ou deficiência, o direito de viverem na sua família, de participarem da sua comunidade, de viverem com os seus vizinhos.
Isolar essas crianças da escola regular constituía uma forma de descriminação e a escola inclusiva não se justifica hoje simplesmente porque é eficaz, porque dispensa os elevadíssimos custos das escolas especiais ou porque corresponde ao deseja dos pais. Todas estas são vantagens inegáveis, mas o importante consiste na defesa do direito à plena dignidade da criança como ser humano, igual em direitos e dignidade.
Para que isso aconteça é preciso que haja mudanças organizativas e de gestão ao nível das escolas, mudanças a nível do professor e de outros intervenientes, apoio individual aos alunos, mudança ao nível da natureza e da estrutura do currículo.
O Currículo deve ser flexível, natural e significativo atendendo ao princípio da diversidade humana, o ideal coletivo de escola e a realidade na qual está inserida de forma a atender as necessidades educacionais de todos os alunos com foco na potencialidade do educando, estimulando o desenvolvimento e a aprendizagem com base nas abordagens que consideram as interações recíprocas: professor, aluno, família e o contexto sócio cultural. O acesso à oferta do atendimento educacional especializado deve estar previsto no currículo e será organizado em círculos flexíveis no qual o ano letivo não se limite ao ano “civil”.
Um trabalho anterior à inserção de alunos com deficiência na classe comum, é o preparo de seus colegas para uma convivência igualitária, na qual a importância das diferenças entre indivíduos será enfatizada. A base do desenvolvimento das relações humanas é a diversidade, que deverá ser tomada na sua justa medida. Os comportamentos de rejeição e de superproteção devem ser trabalhados e superados ao máximo.
“ Reforma abrangente da escola envolve dois componentes. O primeiro é uma visão firme da maneira como as escolas poderiam ou deveriam ser. A exigência primordial é conseguir imaginar as escolas de outra maneira, não estratificadas pela capacidade, não apegadas a um currículo fixo, [...]. Mas o segundo componente essencial de uma ampla reforma escolar, em oposição a uma inovação do programa ou a uma improvisação da escola, é uma agenda compartilhada: o entendimento de que o ajuste da escola a algumas crianças deve significar o ajuste da escola para todas as crianças” (Sapon - Shevin, 1995).
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