domingo, agosto 05, 2007
Violência Urbana: uma calamidade mundial
Tiago Rafael de Jesus Barbosa - Graduando em Pedagogia ( UFBA/FACED)-7ª semestre
Determinadas formas de violência tipificadas como violação da lei penal, como assaltos, estupros, assassinatos, seqüestros, etc., se manifestam principalmente nos grandes centros urbanos. Estes tipos de crimes que prejudicam o convívio social entre as pessoas e a qualidade de vida nas cidades são denominados de violência urbana. Cabe ressaltar que a violência urbana não se refere apenas a crimes. Outras formas de violência urbana podem prejudicar/comprometer as relações sociais nas grandes cidades, como: a depredação dos espaços públicos, as pichações, etc.
O crescimento brutal da violência urbana está associado a diversos fatores. Dentre estes cabe salientar: a omissão, ausência do Estado, em seu papel de agente regulador público da violência; a falta de resposta, indiferença e descaso das instituições de justiça pelos milhares de crimes ocorridos no Brasil, muito destes jamais foram esclarecidos ou punidos; o porte ilegal de armas potencializa a ocorrência de crimes, tornando a violência mais efetiva e fácil; o impacto que as drogas têm para a ampliação da criminalidade tanto no que se refere ao tráfico, como as pessoas que cometem crimes sob o efeito das drogas.
A violência urbana não tem solução rápida, fácil e única. Cada tipo de violência urbana e áreas afetadas pela criminalidade, demandam de medidas adequadas para sua erradicação e controle. A união, esforço coletivo de toda sociedade, como o governo, ONG, escolas, policiais, moradores dos grandes centros urbanos, a mídia, cada com seu papel, responsabilidade e trabalho, podem contribuir na redução significativa dos índices de violência.
As diversas pesquisas divulgadas pela imprensa evidenciam que os índices de criminalidade são maiores nas periferias das cidades, pois estas áreas urbanas são ignoradas pelo Poder Público. Estes espaços segregados pelo governo, apresentam: uma maior concentração e disputa entre o crime organizado; serviços públicos precários (saneamento básico, iluminação pública, acesso à justiça, etc.) e um elevado índice de desempregados e de crianças fora da escola.
A violência não traz benefícios a ninguém (exceto para os líderes do crime organizado que exploram aqueles que serão suas vítimas). A violência afeta o desenvolvimento econômico e social do nosso país. Para o Estado a violência urbana representa dispêndios significativos. O governo retira investimentos da educação, saúde, etc., para financiar o serviço penitenciário e de apoio às pessoas vítimas da violência. Os estudos de I.B. Teixeira, economista e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, revelam que,os R$ 102 bilhões que o Brasil gasta por ano em segurança pública equivalem a: 56 vezes o que o governo pretende gastar no Fome Zero;46 vezes o que os brasileiros gastam com livros; 5 vezes o orçamento do Ministério da Educação e 4 vezes o que se gasta com planos de saúde. Ressalta-se que estes dados estatísticos foram publicados na Revista Época edição, nº. 263, em 2 de junho de 2003.
O cidadão também é bastante penalizado com a violência urbana, em decorrência dos riscos presentes na sua vida cotidiana, ocasionando a perda de sua liberdade, mudança de alguns hábitos e a adoção de comportamentos preventivos. As pessoas mudam de itinerário, evitam a sair à noite, colocam grades em suas residências, etc. Os dados estatísticos publicados no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia, (sendo a fonte a UNESCO), revelam que: a cada 13 minutos um brasileiro é assassinado; a cada 7 horas uma pessoa é vítima de acidente com arma de fogo no Brasil; um cidadão armado tem 57% mais chance de ser assassinado do que os que andam desarmados; as armas de fogo provocam um custo ao SUS de mais de 200 milhões de reais.
A violência está banalizada, vem crescendo em ritmo considerável no Brasil. A sensação de insegurança nunca foi tão premente. Vemos diariamente nos meios de comunicação reportagens sobre violência. Todos conhecem alguém que sofreu algum tipo de violência. A violência nega a integridade física, moral, psicológica, autonomia e em alguns casos a vida do indivíduo. É como afirma Gandhi “a política do olho por olho pode deixarmos a todos cegos”.
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